A turma da 3ª Série A trabalhou recentemente com alguns projetos onde o foco foi o trabalho com argila e poesias.
A motivação dos alunos e da professora Wanda foram tão grande que decidimos unificar as duas propostas. Jogamos tudo no liquidificador, ou melhor, no computador e a mistura trouxe como resultado a produção de um Stop Motion onde os alunos narram o poema de Olavo Bilac - O pássaro cativo produzido no Laboratório de Informática da nossa escola.
Vamos conferir?
O Pássaro Cativo
Olavo Bilac
Armas, num galho de árvore, o alçapão
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas, cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
Gaiola dourada,
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos e tudo.
Por que é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste sem cantar?
É que, criança, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:
“Não quero teu alpiste!
Na mata livre em que voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores
Sem precisar de ti!
Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola,
De haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde construído
De folhas secas, plácido, escondido
Entre os galhos de árvores amigas...
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pombas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...
Quero voar! Voar!”
Essas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar,
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
A porta da prisão...